segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um namoro redimido? — Parte I

Por Drika Vasconcelos

PARTE I: DEFININDO OS TERMOS

O assunto rendeu e acho que está na hora de escrever um pouco mais e mais elaborado a respeito! 

Você talvez já leu meu último post sobre namoro. Se não, aqui está. Divirta-se! No post, defini namoro com sendo “um relacionamento no qual duas pessoas do sexo oposto se comprometeram pública, romântica, emocional e exclusivamente (com ou sem relações físicas) uma à outra sem compromisso imediato de casamento”. E, ao desenvolver do texto, me posicionei contra tal relacionamento por 13 motivos específicos (a lista original continha 30, mas dei uma boa enxugada para evitar fadiga). Alguns desses pontos, hoje acredito que poderiam até ser descartados, apesar de estarem certos. Outros poderiam ter sido elaborados mais extensivamente por si sós. Mas, como sou um paradoxo e gosto de ser sucinta mas nunca consigo, decidi manter o texto naquele formato mesmo. 

No começo, me espantei tanto com a repercussão que fui tentada a deletar o post por completo e fingir que nunca havia existido. Fiquei também até com uma vontade estranha (mas que logo passou) de pedir desculpas a todo mundo por ter causado polêmica. Mas os comentários, vários muito edificantes e intrigantes, foram o que mais ajudaram, de certa forma, a firmar minhas convicções. Afinal, de nada adianta ter um posicionamento se você não souber explicar ou defendê-lo! 

Uma lição magnífica que aprendi nisso tudo é a real importância de se definir os termos. Isso porque, como meu maravilhoso marido sempre me diz, as palavras não são nada sem os conceitos. O significante é insignificante sem seu significado. Se não levarmos isso a sério no nosso dia-a-dia e agirmos como se palavras bastassem, estaríamos subvertendo a comunicação e provocando desentendimentos sem nem percebermos! Em resumo: futilidade pura. 

Portanto, com isso em mente, acredito que a melhor forma de responder a pergunta “Por que você é contra o namoro?” é “O que você entende por namoro?”. 

Ué, eu sou contra e a favor de namoro! Por exemplo, meu marido e eu somos namorados. Afinal, namoro vem da expressão espanhola estar en amor. Não é? O problema é que hoje a expressão original não é a mesma que a definição atualizada no dicionário que também não é a definição que damos à palavra no nosso cotidiano. 

Portanto, para tornar a discussão mais prática, decidi definir o que entendo por namoro como vejo hoje, tanto na igreja quanto fora da igreja (e aqui insiro a definição que usei previamente): “um relacionamento no qual duas pessoas do sexo oposto se comprometeram pública, romântica, emocional e exclusivamente (com ou sem relações físicas) uma à outra [e aí vem a parte mais importante dessa definição] sem compromisso imediato de casamento”

Como falei antes, é futilidade querer brigar por termos e evitar discutir sobre o que de fato importa: os conceitos por detrás dos termos. Talvez seja mais fácil entender pensando assim: Se você perguntar a qualquer pessoa na rua se ela acredita em Deus, ela provavelmente dirá que sim. Agora, se você for mais a fundo e perguntar o que ela entende por “Deus” e por “acreditar” e como isso influencia a vida dela, você provavelmente verá que a resposta difere da sua ou da de muitas outras pessoas que também dizem que acreditam em Deus. 

Estou, portanto, aqui para discutir conceitos.

E tendo isso em mente, sim, continuo sendo contra qualquer relacionamento no qual duas pessoas do sexo oposto:
  1. se comprometeram pública (apesar de que há namoros escondidos, né? mas são exceção), romântica (acho que ninguém discorda disso, afinal, é o que diferencia namoro de amizade, não?), emocional (não se trata só de romance, mas há uma certa e inevitável cobrança emocional mais íntima, pelo menos no caso de uma das partes) e exclusivamente uma à outra (ignorando de propósito os chamados casos de "poli-amor" e não querendo nem chegar perto dos "relacionamentos abertos") com ou sem relações físicas (sim, estou falando de "namoro cristão" também em que ninguém "se pegou")
  2. sem compromisso imediato de casamento (já tem data marcada ou pelo menos uma previsão concreta e certa de casamento? não? então não há compromisso imediato de casamento).

Dividi a definição em duas partes, porque acredito que o problema está primariamente na junção do nº1 com o nº2. O problema é ter, como mencionei no último post, esse compromisso sem compromisso. Explicarei em mais detalhe nos próximos posts.

Perdoem a ênfase na definição que vou usar, mas, como perceberam, acredito que seja algo bem necessário antes de partir aos próximos posts. Afinal, estamos aqui para discutir um conceito e não o termo em si.

De que vale um nome? 
Aquela que chamamos rosa 
com qualquer outro nome 
teria o mesmo perfume. 

Romeu e Julieta, de William Shakespeare, 2º Ato, Cena 2 


Agora, você me pergunta: Se não formos namorar, como iremos casar? Como isso deixa de tornar o casamento uma escolha superficial? Como vou saber se a pessoa é certa para mim? Preciso me casar sem conhecer o outro? São todas perguntas ótimas e válidas as quais eu também estou fazendo ao escrever aqui e que tentarei usar como norte para continuar essa sequência de posts. Este primeiro parece até ter sido meio inútil, mas, como disse antes, é essencial definir os termos para sabermos direitinho do que está sendo tratado! E isso vale para qualquer argumentação.

PARTE II em breve. Fiquem ligados! ;)

7 comentários:

  1. Aguardando os próximos posts. Que o nosso Senhor Deus te guie em sabedoria para tratar desse assunto da forma que o Pai se agrada, Drika!

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  2. Amada! Continue firme escrevendo esses posts instigantes e cheios de coragem. Precisamos ouvir isso e voltar a ter compromisso com o que tornou-se tão fútil e "desnecessário" afinal relacionamentos são, em sua maioria esmagadora, virtuais. Vc me fez lembrar que somos seres relacionais e que Deus assim nos fez com um propósito. E até esse propósito tem sido descartado entre nós que servimos a Deus - ou que assim dizemos - toda semana. Que Deus continue te usando e... minha cabeça deu uma fervilhada de ideias agora... Depois a gente conversa. Amo vc amiga e irmã!

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  3. Acompanhando os posts, que por sinal estão muito bons.
    Aguardando o próximo.
    Deus a abençoe Drika, no pensar e escrever, para Glória dEle!!!
    Abraços.

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  4. Fiquei um tanto emocionada ao ver que você voltou a escrever no blog. *-*
    Aguardo ansiosamente pelas próximas postagens, quero saber mais do que você tem a dizer. Deus abençoe *-*

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  5. Continua sim!! Não foi inútil não e eu também gostei muito do outro post (o "antigão") "Poque sou contra o namoro, ou porque mr. Darcy me cativa" :D Ps. Esse meu comentário foi super inútil, mas era só pra dar apoio moral e dizer que sim, tem gente que gosta do que você escreve! :D

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  6. Meu marido, e nossas filhas e eu gostamos muito deste post, e estamos aguardando pelos próximos ! Que Deus continue abençoando sua vida e te dando discernimento e entendimento para continuar .. Meu desejo é, que outras moças e rapazes sejam tocados por palavras tão edificantes como estas ! Parabéns *-*

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  7. Já quero ler os próximos posts!!! Tomara que não demore muito. rs

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