by Ingrid
Toda
noite, após o dia de trabalho, meu marido e eu jantamos juntos. Geralmente eu
mesma cozinho, meu marido coloca a mesa, nos sentamos, damos as mãos,
agradecemos em oração e comemos.
Não
abrimos mão de ter uma refeição juntos. É o momento em que podemos conversar,
compartilhar as experiências do dia, passar tempo na companhia do outro,
simplesmente conversando e nos conhecendo mais, tendo a atenção voltada para
nós mesmos, sem permitir que nada atrapalhe (televisão, celular etc.).
Criamos
este hábito e o tornamos parte da nossa rotina. Para que? Para lembrarmos a nós
mesmos que somos um casal, uma família, que fazemos mais do que apenas compartilhar
uma refeição; compartilhamos a vida, tristezas, alegrias e também as coisas
mais comuns e triviais. Queremos deixar nítido que nos importamos um com o
outro.
Ninguém
nega que a família seja importante. Na teoria está claro. A prática, no entanto,
é que costuma ser nossa inimiga (ou seríamos nós que temos problemas com ela?).
É como saber que ter uma alimentação balanceada é importante, mas só cozinhar
massas e se empanturrar com todos os doces da festa. É como saber que
exercícios físicos diários são importantes, mas chegar em casa, se afundar no
sofá e ver televisão. Na maior parte das vezes, estamos certos quanto ao que
deveria ser o mais importante na nossa vida, e a nossa teoria está bem certa.
Porém, nós somos o que nós fazemos. As nossas atitudes revelam o que realmente
é importante para nós. As nossas decisões diárias é que mostram aos outros o
que realmente é a nossa prioridade. Não importa o quanto você esteja convicto
de que fazer exercícios é importante, não importa o quanto de aparelhagem
exista na sua casa, não importa o quanto você aconselhe outros a correr 30
minutos diariamente, as suas ações é que mostram se você é um esportista ou um
entusiasta. Para tudo aquilo que nos é importante, encontra-se tempo, dedica-se
tempo, investe-se, existe uma entrega. É nítido para os outros. E o que será
que os outros enxergam como prioridade na sua vida? A novela do horário nobre?
Seu time de futebol? Os seus amigos de bar? Talvez seja o seu trabalho? Ou
seriam os seus hobbies?
Por
mais que existam muitas coisas importantes na sua vida e que, de fato, mereçam
a sua atenção, o seu cônjuge deveria ocupar posição proeminente na sua lista de
prioridades nesta vida. O seu cônjuge deveria ser o que existe de mais precioso
na sua vida. O seu cônjuge deveria vir antes do seu trabalho, dos seus
passatempos e, até mesmo, antes dos seus filhos. O casamento é uma união tão
forte e sagrada, apesar do que parece apregoar a sociedade atual, que não
existem mais duas pessoas. Vocês são um. (Entendeu o nome do blog?). Não existe
outro relacionamento como o casamento. Cuidar do seu cônjuge é cuidar de si
mesmo. Dar prioridade ao seu cônjuge é investir no seu casamento.
Dar
prioridade não significa prover tudo o que a pessoa precisar, não deixar faltar
nada ou dar presente em todas as festividades existentes. Apesar de também ser
um pouco disso, dar prioridade é, acima de tudo, dar de você mesmo àquela
pessoa. É oferecer aquilo que é irrecuperável: o seu tempo.
Agora,
vamos definir esse tempo como tempo de qualidade. Não é qualquer tempo. Tempo
de qualidade não é assistir um filme toda semana juntinho com o seu amor; não é
tomar o café da manhã todo dia enquanto cada um lê o seu jornal ou navega no
facebook; não é a saída regular com o seu amor e seus amigos; não é ir apenas jantar
fora e ficar falando sobre os seus filhos ou o trabalho, embora esses sejam
temas relevantes. Tempo de qualidade é mais do que isso. Não inclui uma televisão,
celular ou qualquer outra pessoa. Tempo de qualidade é você, seu cônjuge e, no
máximo, a lua como companhia! É ter um momento só de vocês. Um momento para a
troca de experiências, para o se conhecer mais, para o crescer em intimidade,
para a conversa saudável, para abrir o coração e deixar o outro entrar, cada
vez mais. É ter o foco no outro. É criar empatia. E a partir daí, criarem os
seus códigos, serem mais unidos, terem o relacionamento fortalecido para os
momentos futuros de provação. Tempo de qualidade é conversar sobre vocês e descobrir
alguma coisa sobre aquela pessoa que você ainda não sabia, mesmo que 30 anos de
casados já tenham se passado.
Poucas
coisas são tão tristes do que notar um casal sem intimidade. E, sim! É nítido
para todos ao redor. Casais que vivem há 10, 15 ou 20 anos juntos e estão em um
casamento superficial. Não fomos feitos para ter um relacionamento superficial
com o nosso marido ou esposa. Não fomos feitos para manter reservas ou
segredos. Fomos chamados para termos relacionamentos plenos, fundados na
intimidade.
E
criar intimidade leva tempo. Desenvolver um relacionamento profundo demora.
Bons hábitos dão trabalho. Porém, da mesma forma que, daqui a dez anos, você perceberá
a diferença entre ter praticado exercícios diariamente ou ter passado uma vida
no sofá, você verá que com a vida a dois não é diferente. A dedicação diária de
tempo talvez seja um dos pontos decisivos entre ter um casamento medíocre e
debilitado ou intenso e vigoroso ao passo das décadas.
Seja
o que for que você decida fazer: jantar juntos, sentar na varanda à noite, dar
uma caminhada no parque, faça! E faça diariamente. Faça disso um hábito. Crie
uma rotina. Esforce-se, invista e dedique-se. Melhor do que ter um corpo
malhado daqui dez anos, será ter um casamento escultural. Será descobrir como é
bom ter intimidade. Será perceber que vocês são referência para outras pessoas.
Quer
saber um dos segredos de um casamento feliz? Está bem aqui: esforço diário.
A teoria é essa. Agora, coloque em prática!